Fique
esperto você que está decidido morar na Inglaterra e pensando em utilizar o
serviço público de saúde; não é tão simples quanto parece!
Mesmo
você que tem dupla cidadania, com passaporte europeu, não se engane! Isso não
facilitará muito.
Como
ninguém sabe o seu histórico, se prepare para uma série de perguntas,
formulários e cadastros a serem respondidos.
Parte1
Quando
decidimos vir para Londres lembro que eu comentei com o Diego a respeito do
sistema de saúde da Inglaterra.
Eu
precisava muito ter um acompanhamento médico já que eu tinha passado por uma
cirurgia delicada recente.
O
Diego por sua vez me acalmou dizendo que tudo daria certo, em menos de um mês
teria um acompanhamento médico.
Ao
chegar, uma das primeiras coisas que eu fiz
foi procurar saber sobre o sistema de saúde público, o GP (General Practitioner).
Eu
tive que mostrar um monte de documentos pessoais para comprovar que eu tinha
direito, como qualquer cidadã que mora no país.
Mas
o buraco é muito mais embaixo do que eu pensei; tive que abrir uma conta no
banco que no começo não foi simples, só assim comprovaria alguma coisa minha.
É
difícil imaginar o que nós passamos por aqui mas nessas idas e vindas ao GP e
ao banco, levamos uns 4 meses tentando.
Assim
que consegui comprovar meus direitos, queria marcar uma médica ginecologista
para que pudesse acompanhar o meu caso.
Tive
que passar primeiramente com uma médica, clínica geral; ela me pediu que eu
fizesse exame de sangue e que se fosse possível trouxesse os meus antigos exames.
Consegui
agendar o exame de sangue, como sempre desmaiei já que tenho pânico de agulhas,
só o Diego para segurar a minha mão e tentar me socorrer.
A
enfermeira deu a data que o resultado do exame sairia, completou dizendo que
não era necessário vir até o hospital, apenas retirar no GP.
Ok!
Assim que ficou pronto, conversei com a recepcionista do GP.
A
recepcionista, analisou o meu cadastro e encontrou o resultado do exame.
-
Está tudo bem com o seu sangue Carolina Farani, disse a recepcionista
Ela
ficou olhando fixamente para os meus olhos, como se estivesse esperando eu sair
do lugar, foi uma espécie de “até logo e volte sempre!".
-
Ok! Pode imprimir o resultado para que eu possa mostrar para a médica? (eu)
-
Não será necessário, está tudo nos arquivos, mas eu posso imprimir para você se
quiser. A impressão é paga. (recepcionista)
Nem
quis saber de imprimir, falou em gastar estou fora.
Sem
mais delongas, ela me pediu para vir bem cedo no dia seguinte, para que pudesse
agendar com a médica.
Ás
8h00 da manhã, estava na porta da clínica, ao falar com a mesma recepcionista
ela me falou:
-
Sinto muito a Dra. Tuli estará de folga alguns dias...
Antes
que ela continuasse, comentei:
-
Pôxa! Mas a senhora me disse para vir logo cedo para eu poder agendar com essa
médica, realmente preciso falar com ela e explicar a minha situação.
-
Mas não tem o por que de se preocupar; o seu exame de sangue está bom.
-Olha!
Eu fiz uma cirurgia no começo do ano delicada, tive que tirar um tumor benigno
do útero.
-Não
acho que seja sério.
Nervosa,
mostrei o corte da minha barriga para poder mostrar para recepcionista que eu
não estava brincando.
Depois
de muita insistência, no mesmo dia fui nessa médica, às 9h00 h da manhã.
Por
que a recepcionista não queria que me consultasse, eu não sei; vai ficar esse
mistério no ar.
A
médica, analisou o meu exame de sangue e como a recepcionista disse que estava
ótimo.
Expliquei
que eu me sentiria mais segura se eu tivesse um acompanhamento ginecológico.
-
Mas para quê você que ir ao ginecologista?
-
Dra. fiz uma operação recente e gostaria de saber se está tudo certo com o meu
útero, além de ter um ginecologista de confiança para que eu possa frequentar.
Após
me olhar e respirar profundamente, me deixou bem claro que não funcionava desse
jeito, se eu quisesse ser examinada, ela poderia fazer isso.
Depois
de muita insistência e apalpadas na minha barriga dizendo que eu não precisava,
enfim ela sentiu o meu desespero e marcou o ultrassom.
Parte2
O
ultrassom foi marcado para o dia 25/01; ainda não aconteceu.
Enquanto
isso outro problema se formava, meu anticoncepcional estava acabando, estava
nos últimos dias.
Fui
até o GP, dessa vez a minha “recepcionista favorita" estava ocupada.
Sabe
aquela sensação de que não vai adiantar nada conversando com qualquer uma
delas, pois é, eu tinha razão.
Sem
muita simpatia a recepcionista me ouviu, anotou um número de telefone e
hospital falando que eles me informariam melhor.
Santo
Deus! Eu só quero saber como faz para retirar o meu anticoncepcional de graça.
Nesse
momento minha mãe deu uma dica pelo whatssap: procurar um planejamento
familiar; foi uma de suas pacientes que morava em Londres, que informou.
O
Diego, fazendo seu papel de marido preocupado, ajudou a pesquisar o lugar mais
próximo desse planejamento familiar.
Bingo!
Tinha um perto de casa.
Ao
chegar nessa clínica grande, fiz todos os procedimentos, preenchi formulário,
medi altura, chequei meu peso e falei:
-
Preciso de anticoncepcional de graça.
Após
esperar uma hora e meia, a Dra. Anne Rose me atendeu. Antes de eu abrir minha
boca, novamente precisei preencher com ela uma espécie de mini histórico ao meu
respeito.
Ao
ver a maca de exames e ir com a cara da médica, eu estava confiante que dessa
vez daria certo.
Após
preencher o mini histórico, tirei da minha bolsa a cartela do Q-Laira.
Ela
se espantou, falando que não tinha esse no estoque e sim outros.
Se
eu quisesse esse anticoncepcional eu teria que ir ao GP novamente e pedir para
a médica me orientar.
Desiludida,
estava totalmente decepcionada com as idas e vindas ao GP.
Decidi
então que o melhor a fazer era ir em uma farmácia e comprar.
Com
o dinheiro na mão e confiança nos olhos fui até a Boot's mais próxima de casa.
Conversei
com a moça da parte dos medicamentos; ela simplesmente pediu para preencher um
formulário e esperar.
Após
um longo tempo, fui atendida em uma salinha por uma médica ou farmacêutica,
tive minhas dúvidas.
Mais
uma vez preenchi um mini histórico; ela aferiu minha pressão e conversarmos um
pouco.
Ao
tirar o Q-!aira do bolso, mais uma vez a cara de espanto. Parecia até um
remédio tarja preta, essa era a sensação que eu tive!
Antes
dela falar qualquer coisa, comentei que queria comprá-lo, pois sabia que não
podia obtê-lo de graça.
-
Carolina, esse anticoncepcional é o top do top. Creio que não tem como.
-
Por que?
Essa
moça me deu uma aula de anticoncepcionais, falando o que cada um fazia no
organismo, elogiando o anticoncepcional que eu utilizava.
Depois
de tanto blábláblá, ela enfim me deu um anticoncepcional que eu nunca tinha
ouvido falar.
-
Desculpe! Para quem usa o Q-Laira é muito difícil aceitar qualquer outro
anticoncepcional. Utilize esse e se você gostar, lhe darei mais cartelas.
-
E como faço para obter o Q-Laira?
-
Ah! Claro, você vai precisar ir a um médico privado para que prescreva para
você.
Para
mim a conversa acabou ali, coloquei na minha cabeça que não ia usar porcaria
nenhuma e que se danasse tudo.
Diego,
fazendo agora o papel de marido irritado, entrou na internet e encontrou uma
farmácia online.
Depois
de preencher um formulário igual aos demais preenchidos anteriormente, recebi
uma prescrição médica online.
Comprei
três cartelas de Q-laira por £40,00.
No
dia seguinte com receio fui pegar as minhas cartelas do Q-laira na farmácia que
o meu email indicava.
Fui
atendida por uma farmacêutica que fez todo aquele esquema de preencher
formulário.
“Essa
merda não vai dar em nada, vou perder dinheiro", eu pensava.
Bingo!
Consegui as minhas cartelas.
Não
entendo tive que dar vários loops para obter o que eu queria, foi tanta
história para eu conseguir online o Q-laira, que mais parecia um medicamento
proibido.
E
quanto ao outros anticoncepcional que me deram, falaram que era bom para o
crescimento das plantas, coloquei no vaso delas.
Realmente
estão lindas!
complicadíssimo!!!!
ResponderExcluir