Após escurecer e o centro ser muito
longe da nossa casa, Diego e eu decidimos que já estava na hora de voltar.
Entramos no ônibus 55 que nos levava
direto para casa.
Como era um longo caminho, subimos
para o segundo andar; adoramos ficar na janela da frente aproveitando o
passeio, mas como sempre esses lugares estavam ocupados.
Ônibus que sai ou vem do centro é
assim, lotado.
Vimos no meio lugares vazios, não
pensamos duas vezes e sentamos ali.
Em nossa frente tinha uma mala no
assento, mas ninguém ao seu lado.
Tinha algumas pessoas em volta, mas
ninguém olhava ou tocava na mala.
Meu coração acelerou. “E se não for
uma mala qualquer?", esse era meu pensamento.
- Sabe Linda, essa mala é intrigante,
quem será o dono dela? Será que tem bomba dentro?, me disse o Diego.
- Eu estava pensando nisso, com essa
onda de terrorismo pela Europa é estranho essa mala sozinha, cadê esse
dono(a)?, respondi.
Olhamos em volta para procurar se
alguém ao menos observava a mala, até que vi alguém olhando para a sua direção.
Eu falei:
- Deve ser essa pessoa a dona da
mala.
No próximo ponto a pessoa que eu
achava que era, desceu.
Comecei a suar, o coração a bater
mais rápido e pensar em vários desastres.
Enquanto isso o Diego não parava de
falar sobre ela, atiçando mais ainda minha imaginação.
Ele também não estava passando bem,
era sufocante a sensação que estávamos tendo.
Quem olhasse de fora, veria duas
pessoas com olhos arregalados, inquietos e preocupados, dois “loucos".
Em um surto falei:
- Pelo amor de Deus! Se passaram
vários pontos e ninguém desce com essa mala, vamos sair desse ônibus! E se
explodir? Se ficarmos deformados ou morrermos?
- Concordo! Vamos sair, disse o
Diego.
Sei que estava frio do lado de fora,
mas eu estava transpirando tanto que sentia calor, acho que tivemos uma espécie
de pânico.
Quando descemos, ficamos mais aliviados.
Ao olharmos para o lado, vimos a mala
fora do onibus também.
- Meu Deus! A mala! Diego falou.
Para a nossa sorte, pertencia a uma
família que estava espalhada no ônibus; eu tinha os vistos, mas achava que
estavam separados, já que ninguém se falava ou ao menos se olhava.
Ufa! Mesmo sabendo que dois
adolescentes e um senhor parecem inofensivos, a sensação que tivemos foi
horrível; queríamos também sair do ponto para não vê-la mais.
Olha só que o terrorismo faz com a
pessoa!
Imagina as pessoas que sofreram
realmente um atentado?
O episódio pode até ser engraçado,
mas jamais esqueceremos o pânico que sentimos.
kkkkkk.....que horroooor!!! eu tbm ficaria em pânico!!!
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