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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Não Faça Besteira.



Provavelmente você já deve ter ouvido falar a seguinte frase “ninguém esta satisfeito com nada”.
Foi por essa frase que meu marido e eu decidimos morar em outro país.
Como o Diego morou em Londres e eu em Sydney e sabermos como os direitos dos cidadãos são mais respeitados nesses lugares, cada vez mais amadurecíamos essa ideia.
Ao tomar essa decisão, foi uma correria: tira visto daqui, viaja de lá, casamento de quebra etc...
Ou seja, nada fácil e muito confuso.
Tive medo de tanta agitação, não sabia o que estava reservado para nós.
Mesmo com vontade de saber como seria, estava com os dois pés atrás.
Afinal casar e ir morar em um quarto nos primeiros meses, não é nada agradável para pessoas que sonham em ter sua própria casa.
Acho o que mais nos motivou para irmos embora foi a atual situação do Brasil; buscávamos melhor qualidade de vida.
Logo falo para aqueles que pensam em jogar tudo para o alto e tentar a vida fora, "O BURACO E BEM MAIS EMBAIXO DO QUE VOCÊ IMAGINA". Não se aventure tanto!
Entendo as pessoas que são transferidas de emprego para qualquer lugar do mundo; a empresa oferecendo tudo a estória é outra.
Para aquelas pessoas que tentam na sorte, por favor, não façam isso!
Primeiro se você acha o Brasil muito burocrático, multiplique por 10 essa burocracia quando a questão é ser estrangeiro morando em outro país. Vão querer saber  porque você esta ali. Não é simples!
Londres,que é o nosso caso,  está saturada de estrangeiros tentando a vida aqui.
Não se iluda com o seu passaporte europeu, se você o tiver. Isso pode facilitar em algumas situações mas não em todas.
O que você foi fazer no país? Como você acha que vai conquistar uma posição no mercado sem nenhum histórico? Suas procedências? Sua origem? Tem algum tia, avó, parente no país? Quem é você?
Se faça essas perguntas, antes de tomar qualquer decisão.
Com certeza você irá se deparar com pessoas, que mesmo morando no lugar, terão essas dúvidas.
Elas são uma espécie de barreira, ainda mais em entrevista de trabalho.
Em Londres tudo é longe, precisávamos de dinheiro para nos deslorcamos de um lugar para outro.
Necessitávamos de um emprego, mas colocamos na cabeça desde o Brasil que não queríamos trabalhar como cleanner, kitchenpoter, garçons ou algo do gênero.
Este post não se trata de empregos, mas deixo algumas dicas para você não ficar perdido.
Londres tem outras alternativas para você trabalhar, não precisa ser necessariamente nesses cargos.
Como tudo funciona à base do curso, fiz um curso de Lifeguard isso iria nos garantir por algum tempo, enquanto procurávamos empregos em nossa área.
Foi uma carga do caramba esse curso, exigiu bastante esforço físico; em uma semana estava fazendo a prova teórica e prática, ganhando enfim o certificado que autorizava trabalhar em qualquer Leisure Centre, academia que tivesse piscina.
Vai por mim, procure outros meios para que você não fique depressivo trabalhando em áreas que não estão de acordo com o seu perfil, infelizmente em qualquer sociedade a maioria enxergam com outros olhos, dependendo do lugar podem respeitar mais ou menos.
Não que Lifeguard tenha haver comigo, quem eu salvaria com esse meu porte afinal? Rs! Mas achei melhor que outro serviço.
Existem diversos cursos interessantes; a princípio o investimento pode parecer alto mas compensa, sendo contratado, final do mês você terá retorno.
Tem cursos de assistente de professor, instrutor de academia, lifeguard, professor de natação etc...
Fora outros serviços que existem como, promotor de eventos, extra, lojas etc...
Ser extra é interessante, você pode se cadastrar em alguns sites para ser figurante de qualquer filme. A moça que morava na mesma casa que eu me informou, ela participou de filmes como Piratas do Caribe 2.
Entrei no site informado, o MadDog, me cadastrei, preenchi um longo formulário e acrescentei duas fotos minhas.
Depois de muito tempo recebi uma mensagem pelo celular que eles se interessaram pelo meu perfil, mas naquele momento eu não estava mais interessada. Eles chamam quando tiver algum filme, série ou programa acontecendo na cidade.
Para promotor de evento, foi simples, como sou publicitária, pesquisei muitas agências de publicidade onde poderia exercer minha profissão.
Até encontrar o Staffing Team da Love Creative Marketing, me cadastrei, eles chamam para entregar panfletos, participar de eventos, se vestir com alguma fantasia da empresa etc...
Essa empresa sempre me convida, mas, para falar a verdade, nunca participei, estava trabalhando na academia full time e não tinha como me compromoter com essa equipe.
Esses dois últimos serviços são temporários.
O propósito desse post é fazer você abirir os olhos antes de tomar uma decisão, que é de grande porte,  que causará com certeza impacto em sua vida.
Se você não tiver nada a perder, aconselho “SE JOGUE! VAI FUNDO!”, mas isso se você tiver disposição em trabalhar com qualquer outro serviço que não seja a sua profissão; tem um longo caminho a percorrer para conseguir essa tão almejada posição no mercado em outro país, esteja ciente.
Para aqueles que tem uma carreira legal e quer sair porque o país está muito ruim, como a maioria fala, eu digo, “PUTZ! NÃO FAÇA ISSO! ERRADA NA CERTA! CONTINUE APENAS RECLAMANDO DO PAÍS, PERMANECENDO NELE”.
Por fim quem esta sendo transferido do trabalho ou fazendo faculdade, “PARABÉNS! VOCÊ FEZ O CERTO!”.
Então meu amigo, caia na real, se concentre em fazer sua parte no seu país de origem e não mude sua vida assim tão bruscamente, não valerá tanto a pena assim, mas como o Diego fala: - Cada caso é um caso!
Vai que sua estrela brilhe mais!
Nesse caso “BOA SORTE!”.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A Mala


Após escurecer e o centro ser muito longe da nossa casa, Diego e eu decidimos que já estava na hora de voltar.
Entramos no ônibus 55 que nos levava direto para casa.
Como era um longo caminho, subimos para o segundo andar; adoramos ficar na janela da frente aproveitando o passeio, mas como sempre esses lugares estavam ocupados.
Ônibus que sai ou vem do centro é assim, lotado.
Vimos no meio lugares vazios, não pensamos duas vezes e sentamos ali.
Em nossa frente tinha uma mala no assento, mas ninguém ao seu lado.
Tinha algumas pessoas em volta, mas ninguém olhava ou tocava na mala.
Meu coração acelerou. “E se não for uma mala qualquer?", esse era meu pensamento.
- Sabe Linda, essa mala é intrigante, quem será o dono dela? Será que tem bomba dentro?, me disse o Diego.
- Eu estava pensando nisso, com essa onda de terrorismo pela Europa é estranho essa mala sozinha, cadê esse dono(a)?, respondi.
Olhamos em volta para procurar se alguém ao menos observava a mala, até que vi alguém olhando para a sua direção.
Eu falei:
- Deve ser essa pessoa a dona da mala. 
No próximo ponto a pessoa que eu achava que era, desceu.
Comecei a suar, o coração a bater mais rápido e pensar em vários desastres.
Enquanto isso o Diego não parava de falar sobre ela, atiçando mais ainda minha imaginação.
Ele também não estava passando bem, era sufocante a sensação que estávamos tendo.
Quem olhasse de fora, veria duas pessoas com olhos arregalados, inquietos e preocupados, dois “loucos".
Em um surto falei:
- Pelo amor de Deus! Se passaram vários pontos e ninguém desce com essa mala, vamos sair desse ônibus! E se explodir? Se ficarmos deformados ou morrermos?
- Concordo! Vamos sair, disse o Diego.
Sei que estava frio do lado de fora, mas eu estava transpirando tanto que sentia calor, acho que tivemos uma espécie de pânico.
Quando descemos, ficamos mais aliviados.
Ao olharmos para o lado, vimos a mala fora do onibus também.
- Meu Deus! A mala! Diego falou.
Para a nossa sorte, pertencia a uma família que estava espalhada no ônibus; eu tinha os vistos, mas achava que estavam separados, já que ninguém se falava ou ao menos se olhava.
Ufa! Mesmo sabendo que dois adolescentes e um senhor parecem inofensivos, a sensação que tivemos  foi horrível; queríamos também sair do ponto para não vê-la mais.
Olha só que o terrorismo faz com a pessoa!
Imagina as pessoas que sofreram realmente um atentado? 
O episódio pode até ser engraçado, mas jamais esqueceremos o pânico que sentimos. 


quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Sistema Público de Saúde - Reino Unido


Fique esperto você que está decidido morar na Inglaterra e pensando em utilizar o serviço público de saúde; não é tão simples quanto parece!
Mesmo você que tem dupla cidadania, com passaporte europeu, não se engane! Isso não facilitará muito.
Como ninguém sabe o seu histórico, se prepare para uma série de perguntas, formulários e cadastros a serem respondidos.

Parte1
Quando decidimos vir para Londres lembro que eu comentei com o Diego a respeito do sistema de saúde da Inglaterra.
Eu precisava muito ter um acompanhamento médico já que eu tinha passado por uma cirurgia delicada recente.
O Diego por sua vez me acalmou dizendo que tudo daria certo, em menos de um mês teria um acompanhamento médico.
Ao chegar, uma das primeiras coisas que eu fiz  foi procurar saber sobre o sistema de saúde público, o GP (General Practitioner).
Eu tive que mostrar um monte de documentos pessoais para comprovar que eu tinha direito, como qualquer cidadã que mora no país.
Mas o buraco é muito mais embaixo do que eu pensei; tive que abrir uma conta no banco que no começo não foi simples, só assim comprovaria alguma coisa minha.
É difícil imaginar o que nós passamos por aqui mas nessas idas e vindas ao GP e ao banco, levamos uns 4 meses tentando.
Assim que consegui comprovar meus direitos, queria marcar uma médica ginecologista para que pudesse acompanhar o meu caso.
Tive que passar primeiramente com uma médica, clínica geral; ela me pediu que eu fizesse exame de sangue e que se fosse possível trouxesse os meus antigos exames.
Consegui agendar o exame de sangue, como sempre desmaiei já que tenho pânico de agulhas, só o Diego para segurar a minha mão e tentar me socorrer.
A enfermeira deu a data que o resultado do exame sairia, completou dizendo que não era necessário vir até o hospital, apenas retirar no GP.
Ok! Assim que ficou pronto, conversei com a recepcionista do GP.
A recepcionista, analisou o meu cadastro e encontrou o resultado do exame.
- Está tudo bem com o seu sangue Carolina Farani, disse a  recepcionista
Ela ficou olhando fixamente para os meus olhos, como se estivesse esperando eu sair do lugar, foi uma espécie de “até logo e volte sempre!".
- Ok! Pode imprimir o resultado para que eu possa mostrar para a médica? (eu)
- Não será necessário, está tudo nos arquivos, mas eu posso imprimir para você se quiser. A impressão é paga. (recepcionista)
Nem quis saber de imprimir, falou em gastar estou fora.
Sem mais delongas, ela me pediu para vir bem cedo no dia seguinte, para que pudesse agendar com a médica.
Ás 8h00 da manhã, estava na porta da clínica, ao falar com a mesma recepcionista ela me falou:
- Sinto muito a Dra. Tuli estará de folga alguns dias...
Antes que ela continuasse, comentei:
- Pôxa! Mas a senhora me disse para vir logo cedo para eu poder agendar com essa médica, realmente preciso falar com ela e explicar a minha situação.
- Mas não tem o por que de se preocupar; o seu exame de sangue está bom.
-Olha! Eu fiz uma cirurgia no começo do ano delicada, tive que tirar um tumor benigno do útero.
-Não acho que seja sério.
Nervosa, mostrei o corte da minha barriga para poder mostrar para recepcionista que eu não estava brincando.
Depois de muita insistência, no mesmo dia fui nessa médica, às 9h00 h da manhã.
Por que a recepcionista não queria que me consultasse, eu não sei; vai ficar esse mistério no ar.
A médica, analisou o meu exame de sangue e como a recepcionista disse que estava ótimo.
Expliquei que eu me sentiria mais segura se eu tivesse um acompanhamento ginecológico.
- Mas para quê você que ir ao ginecologista?
- Dra. fiz uma operação recente e gostaria de saber se está tudo certo com o meu útero, além de ter um ginecologista de confiança para que eu possa frequentar.
Após me olhar e respirar profundamente, me deixou bem claro que não funcionava desse jeito, se eu quisesse ser examinada, ela poderia fazer isso.
Depois de muita insistência e apalpadas na minha barriga dizendo que eu não precisava, enfim ela sentiu o meu desespero e marcou o ultrassom.


 Parte2
O ultrassom foi marcado para o dia 25/01; ainda não aconteceu.
Enquanto isso outro problema se formava, meu anticoncepcional estava acabando, estava nos últimos dias.
Fui até o GP, dessa vez a minha “recepcionista favorita" estava ocupada.
Sabe aquela sensação de que não vai adiantar nada conversando com qualquer uma delas, pois é, eu tinha razão.
Sem muita simpatia a recepcionista me ouviu, anotou um número de telefone e hospital falando que eles me informariam melhor.
Santo Deus! Eu só quero saber como faz para retirar o meu anticoncepcional de graça.
Nesse momento minha mãe deu uma dica pelo whatssap: procurar um planejamento familiar; foi uma de suas pacientes que morava em Londres, que informou.
O Diego, fazendo seu papel de marido preocupado, ajudou a pesquisar o lugar mais próximo desse planejamento familiar.
Bingo! Tinha um perto de casa.
Ao chegar nessa clínica grande, fiz todos os procedimentos, preenchi formulário, medi altura, chequei meu peso e falei:
- Preciso de anticoncepcional de graça.
Após esperar uma hora e meia, a Dra. Anne Rose me atendeu. Antes de eu abrir minha boca, novamente precisei preencher com ela uma espécie de mini histórico ao meu respeito.
Ao ver a maca de exames e ir com a cara da médica, eu estava confiante que dessa vez daria certo.
Após preencher o mini histórico, tirei da minha bolsa a cartela do Q-Laira.
Ela se espantou, falando que não tinha esse no estoque e sim outros.
Se eu quisesse esse anticoncepcional eu teria que ir ao GP novamente e pedir para a médica me orientar.
Desiludida, estava totalmente decepcionada com as idas e vindas ao GP.
Decidi então que o melhor a fazer era ir em uma farmácia e comprar.
Com o dinheiro na mão e confiança nos olhos fui até a Boot's mais próxima de casa.
Conversei com a moça da parte dos medicamentos; ela simplesmente pediu para preencher um formulário e esperar.
Após um longo tempo, fui atendida em uma salinha por uma médica ou farmacêutica, tive minhas dúvidas.
Mais uma vez preenchi um mini histórico; ela aferiu minha pressão e conversarmos um pouco.
Ao tirar o Q-!aira do bolso, mais uma vez a cara de espanto. Parecia até um remédio tarja preta, essa era a sensação que eu tive!
Antes dela falar qualquer coisa, comentei que queria comprá-lo, pois sabia que não podia obtê-lo de graça.
- Carolina, esse anticoncepcional é o top do top. Creio que não tem como.
- Por que?
Essa moça me deu uma aula de anticoncepcionais, falando o que cada um fazia no organismo, elogiando o anticoncepcional que eu utilizava.
Depois de tanto blábláblá, ela enfim me deu um anticoncepcional que eu nunca tinha ouvido falar.
- Desculpe! Para quem usa o Q-Laira é muito difícil aceitar qualquer outro anticoncepcional. Utilize esse e se você gostar, lhe darei mais cartelas.
- E como faço para obter o Q-Laira?
- Ah! Claro, você vai precisar ir a um médico privado para que prescreva para você.
Para mim a conversa acabou ali, coloquei na minha cabeça que não ia usar porcaria nenhuma e que se danasse tudo.
Diego, fazendo agora o papel de marido irritado, entrou na internet e encontrou uma farmácia online.
Depois de preencher um formulário igual aos demais preenchidos anteriormente, recebi uma prescrição médica online.
Comprei três cartelas de Q-laira  por £40,00.
No dia seguinte com receio fui pegar as minhas cartelas do Q-laira na farmácia que o meu email indicava.
Fui atendida por uma farmacêutica que fez todo aquele esquema de preencher formulário.
“Essa merda não vai dar em nada, vou perder dinheiro", eu pensava.
Bingo! Consegui as minhas cartelas.
Não entendo tive que dar vários loops para obter o que eu queria, foi tanta história para eu conseguir online o Q-laira, que mais parecia um medicamento proibido.
E quanto ao outros anticoncepcional que me deram, falaram que era bom para o crescimento das plantas, coloquei no vaso delas.
Realmente estão lindas!